Dinamarca sacrificará 17 milhões de visons para conter avanços do Coronavírus
A Dinamarca anunciou, nesta segunda-feira, que vai sacrificar cerca de 17 milhões de visons em seu território devido a uma mutação do coronavírus Sars-CoV-2. O animal se assemelha a doninhas criadas em fazendas para fabricação de casacos e outras peças de vestuário.
Acredita-se que 12 pessoas já teriam sido infectadas, o que ameaça a eficácia de uma futura vacina para os seres humanos. As autoridades dinamarquenses disseram que áreas do país serão isoladas novamente.
Após a detecção de casos de coronavírus em 270 fazendas de vison na região de Jutlândia, no norte da Dinamarca, a primeira-ministra Frederiksen descreveu a situação como “muito, muito séria”.
“Temos uma grande responsabilidade para com nossa própria população, mas com a mutação que agora foi encontrada, temos uma responsabilidade ainda maior para com o resto do mundo”, afirmou em entrevista coletiva.
A Dinamarca foi um dos países europeus que até agora melhor contiveram a expansão do coronavírus tomando medidas drásticas de contenção e testes nos primeiros meses da pandemia. As autoridades sabiam desde o verão que o coronavírus havia saltado para o vison e circulava pelas fazendas do país, que é o maior produtor mundial de peles desses animais.
Os parlamentares do Venstre, partido de oposição ao governo dinamarquês, alegaram que as evidências científicas não eram suficientes para comprovar a necessidade de exterminar os visons. Também argumentaram que isso afetaria o emprego e a renda de muitas pessoas: o país nórdico é o maior criador de visons do mundo, a pele dos pequenos mamíferos é usada para a confecção de casacos.