Dinamarca sacrificará 17 milhões de visons para conter avanços do Coronavírus

Luis Fernando Raposo
2 min readNov 17, 2020

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Vision branco criado em uma fazenda dinamarquesa. Foto: Henning Bagger/AP PHOTO

A Dinamarca anunciou, nesta segunda-feira, que vai sacrificar cerca de 17 milhões de visons em seu território devido a uma mutação do coronavírus Sars-CoV-2. O animal se assemelha a doninhas criadas em fazendas para fabricação de casacos e outras peças de vestuário.

Acredita-se que 12 pessoas já teriam sido infectadas, o que ameaça a eficácia de uma futura vacina para os seres humanos. As autoridades dinamarquenses disseram que áreas do país serão isoladas novamente.

Autoridades de saúde da Dinamarca fazem inspeção em criadouro de visons. Foto: Henning Bagger/Ritzau

Após a detecção de casos de coronavírus em 270 fazendas de vison na região de Jutlândia, no norte da Dinamarca, a primeira-ministra Frederiksen descreveu a situação como “muito, muito séria”.

Mette Frederekisen, a Primeira-Ministra da Dinamarca. Foto: Reuters

“Temos uma grande responsabilidade para com nossa própria população, mas com a mutação que agora foi encontrada, temos uma responsabilidade ainda maior para com o resto do mundo”, afirmou em entrevista coletiva.

A Dinamarca foi um dos países europeus que até agora melhor contiveram a expansão do coronavírus tomando medidas drásticas de contenção e testes nos primeiros meses da pandemia. As autoridades sabiam desde o verão que o coronavírus havia saltado para o vison e circulava pelas fazendas do país, que é o maior produtor mundial de peles desses animais.

Os parlamentares do Venstre, partido de oposição ao governo dinamarquês, alegaram que as evidências científicas não eram suficientes para comprovar a necessidade de exterminar os visons. Também argumentaram que isso afetaria o emprego e a renda de muitas pessoas: o país nórdico é o maior criador de visons do mundo, a pele dos pequenos mamíferos é usada para a confecção de casacos.

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